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Só quero sinceridade...

Não vossa, mas minha. Não quero escrever bonito, fazer uma metáfora ou uma frase encantadora, quero fazer-vos sentir as minhas emoções, porque talvez consiga passar para o papel (blog) aquilo que me vai na alma, e quero fazê-lo bem!

Acabei por me aperceber do quão fraca sou. E mentirosa também. Visto a cara de menina forte, a alma de lutadora, tento mostrar o que de melhor há em mim, quando na verdade não passo de uma fraca, que cai a qualquer pedrinha no caminho, uma mentirosa que mostra e tenta ser aquilo que nunca foi, que não é e por ventura nunca será. L.I.X.O!!

Sinto que desta vez cheguei ao fim da linha, ao fundo do poço. Não estou pronta para saltar fora do barco e deixar de enfrentar a tempestade, mas não encontro forças para continuar. Traço planos, atrás de planos, atrás de planos, tudo coisas que eu sei que nunca vou conseguir cumprir. Sonho com uma formula magica para atingir a minha meta ou com um acordar fantástico em que estaria com o peso desejado. É que parece tão fácil... Abrimos uma revista, ligamos a televisão, fechamos os olhos e lá estão elas, mil e uma imagens de pessoas que queríamos ser, que devíamos ser. Caras e corpos perfeitos que parecem ser mantidos com um esforço igual a zero. E então pensamos "Um dia vou ser assim. Um dia vou ser assim". Mas depois choramos. Chegamos à conclusão que não é tão fácil quanto parece e que esse dia ou está muito longe ou pode nunca existir. E se chega a existir, o que é que nós vemos? O que é que somos? NADA! Porque ao longo da nossa procura fomos perdendo as verdadeiras coisas da vida e no fim de contas, não somos como imaginamos ser. Então vamos à luta novamente, e o único lugar onde conseguimos chegar é à amarga desilusão... E à cama de um hospital ou talvez a uma morgue.

Não, não estou a ser pessimista, derrotista ou algo do género. Estou a ser sincera. Estou a ser eu. Estou a ser fraca. Sentir-me derrotada pela comida, dominada e totalmente regida por ela é sentir-me pior que lixo. Já não sou eu que controlo a minha vida e não me iludo a pensar que é "alguém" dentro de mim. A comida, sim. Ela dita todos os meus passos e todas as minhas acções. Onde ela esta eu tento não estar. Quando como tento reverter a situação ou apenas compensar. Salto de alegria se consigo resistir a um impulso, se a balança marca um numero mais baixo ou se me vejo mais "pequena". E tudo porquê? Por causa da maldita comida! E é nojento ser controlada por comida...

A palavra "come" paira no ar. E o mais idiota é que eu como, sim eu como, mas quando estou sozinha, quando não há ninguém para ver (o) que como, como se isso fosse um mecanismo para voltar a comer, porque tenho que mostrar que o faço. E também penso muitas vezes em estar sozinha. Porque estar sozinha significa que posso comer...

A minha prima disse-me "Oh prima por favor come. Fico tão triste porque já não comes como antes." e a minha única vontade foi chorar. Porque eu não sou como ela. Eu não sou capaz de comer tudo o que quero e mesmo assim ser super magra. E porque não sou como ela eu fico sem comer (ou pelo menos penso em tentar). E porque sei que isto nunca vai acabar. Se não for por emagrecer vai ser pelo manter, e nunca, mas nunca vou voltar a não passar fome, a não ter medo do que aquele bocadinho a mais vai fazer, a desfrutar o momento sem a preocupação de engordar. E qual é a mudança do momento? Quero parar de me lamentar. Desleixei-me, sim. E quero muito recuperar. Parar de fazer planos que não vão passar disso e conseguir. Sei que a meta de Verão esta fora do meu alcance, então espero pelo regresso das aulas e pelo "finalmente vou conseguir".

(mais uma vez...)
Desculpem pelo tamanhão do post, por vir aqui espetar-vos com a minha falta de tudo (força, coragem, capacidade...), e pelo que vem a seguir.


Como diria a minha irmã, "visão do inferno!" (Desculpem a falta de qualidade da imagem - tirei quando estava com 52kg).

Obrigada pelos comentários. Amo todas <3